À ESPERA...
Dou tempo ao verbo calado...
Transito alheia entre o escoar da hora.
Parte minha é um eterno sonho alado
a outra, vive nas lembranças do outrora.
Às vezes sou névoa transparente
rondando ruas frias da madrugada
ou flor, que desabrocha displicente
em terras de cores desbotadas...
Minh’alma vaga num céu indefinido
à espera de antigas estrelas cadentes
que me devolvam o tempo vivido,
onde a vida era perene aurora ardente!
E nossos corpos ávidos, desnudos
entre carinhos, sussurros e gemidos
deixavam líricos poemas mudos,
ao alcançarmos o paraíso!
21/01/2009