Quando

Quando eu não mais existir, procure-me

nas entrelinhas de meus poemas.

Não me esqueça aos olhos das

dores de amores.

Refaça meus caminhos calçando os

sapatos da vida errante que não tive.

Procure desvendar em cada palavra

minha a alma do lírio que existe

na descrição dos sentimentos

doados por mim.

Lembre-se das lágrimas que por

você derramei, das feridas

que não foram cicatrizadas

no tempo em que não vivi.

Recolha de meus olhos a tristeza da vã

saudade e repouse em seu coração

a boa lembrança de mim.

Beba de minhas frases quase perfeitas

feito a água vertente que

apenas engana a sede.

Guarde em sua memória o gosto suave,

doce de meus beijos, o toque

sensível de minhas mãos.

Sonhe com a cama de lençóis desfeitos

na ilusão do amor feito às pressas,

de um tempo marcado em relógios

de momentos outrora despertos

no silêncio do êxtase profundo.

Leve meu sorriso breve e farto com você.

Reescreva a história de minha

vida que busquei contar junto à sua.

Quando eu não mais existir,

procure-me nas entrelinhas

desse meu poema.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 11/07/2009
Código do texto: T1694356
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