Pranto sofrido
Lágrimas visitaram sutilmente os meus
olhos quando em você pensei.
Foi inútil resistir ou querer conter
as gotas salgadas que molharam o
meu rosto em um gesto amplo de desamparo.
Há muito que não me sentia tão
propensa ao choro feito criança que
deseja colo ou mesmo um adulto
à espera de um abraço.
Hoje eu quis colo, abraço, beijos
e sorrisos que não tive.
Pensei no tempo que passou sorrateiramente
em nossas vidas, nos caminhos,
na adversidade da distância imposta por você.
Não mais faço dedicatórias no final
dos meus textos, apenas deixo implícito
o sabor de saudade que ficou em mim.
Nada vai além do sentimento calmo
que habita o meu peito e me faz ter
a resignação dos insanos que
apenas parecem flutuar em suas loucuras.
E minha loucura não é mais você.
Penso agora que coloquei limites à
dor e aparei as asas da pequena borboleta
que esteve perdida nos jardim e
labirintos ao seu redor.
Respiro na leveza pura de minha alma
e não mais mergulho os olhos nas
lágrimas salgadas, mas nos doces suspiros.