Pranto sofrido

Lágrimas visitaram sutilmente os meus

olhos quando em você pensei.

Foi inútil resistir ou querer conter

as gotas salgadas que molharam o

meu rosto em um gesto amplo de desamparo.

Há muito que não me sentia tão

propensa ao choro feito criança que

deseja colo ou mesmo um adulto

à espera de um abraço.

Hoje eu quis colo, abraço, beijos

e sorrisos que não tive.

Pensei no tempo que passou sorrateiramente

em nossas vidas, nos caminhos,

na adversidade da distância imposta por você.

Não mais faço dedicatórias no final

dos meus textos, apenas deixo implícito

o sabor de saudade que ficou em mim.

Nada vai além do sentimento calmo

que habita o meu peito e me faz ter

a resignação dos insanos que

apenas parecem flutuar em suas loucuras.

E minha loucura não é mais você.

Penso agora que coloquei limites à

dor e aparei as asas da pequena borboleta

que esteve perdida nos jardim e

labirintos ao seu redor.

Respiro na leveza pura de minha alma

e não mais mergulho os olhos nas

lágrimas salgadas, mas nos doces suspiros.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 10/07/2009
Código do texto: T1693035
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