“Eu chovo”
Lá fora a chuva cai ritmada, ouço-a..
Aqui dentro meu coração palpita,
Seguindo a chuva num ritmo acelerado, agressivo.
Chove lá fora.
Mas sou eu quem está encharcada, por sentimentos por emoções.
E os meus olhos??
Eles chovem, mas que a chuva lá de fora.
Chovem com uma voracidade tamanha.
Chovem, minam, trasbordam.
Chovem gota a gota.
E cada gota dessa chuva que sai de mim.
Tem uma tonelada de amor
Tem mil quilos de desejo.
Tem arrobas de tristeza
Misturadas a desilusão.
E cada lágrima que flui de mim.
Tem o gosto do fel.
Tem um sabor hostil.
Queima-me como ácido
Mata-me como veneno.
E eu admiro a chuva lá de fora pela vidraça.
E eu me sinto chover e chovo pelas minhas vidraças.
E eu choro e chovo... E vou chorando chovendo.
E eu chovo e encharco-me de sentires.
E eu choro e inundo-me de emoções.
(SILVA, Jindiane Oliveira)
Araci- Bahia 07 de julho de 2009