EU AMAVA VOCÊ

Não lembro o que conversávamos,

Nem o que escrevíamos,

As correspondências eram regulares.

Tínhamos tanto a dizer um ao outro!

De repente tudo mudou.

Crescemos...

Seria esta a justificativa?

Partindo do princípio que,

“Pouco importa ou tanto faz...”

Porque quando escrevias,

Eu ficava com a sensação do nunca mais?

No início um simples “oi”

Que acariciava, me embalava, completava,

E me deixava num êxtase sem igual...

No final quase escondido,

Por timidez, ou, talvez,

Pela falta da possibilidade de...

Um “amo você”

Fazendo-me querer algo mais para ler...

Para ler... Apenas... Para ler...

Controlar a emoção era o que você dizia ser preciso.

Como você sempre foi o mais sábio de nós dois,

Eu respeitava acatando em silêncio sua decisão.

E ficava sem saber o que fazer do meu amor,

Da minha saudade e da minha infinita frustração.

Mas, enfim... Crescemos!

Ou não?

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