Quando te beijei a boca

(Daufen Bach)

quando te beijei a boca
descobri que cruzaríamos sóis,
invernos,
percebi que percorreríamos infernos
em busca das águas mansas
de uma paz ainda não nascida.

a tua boca molhada e quente,
sabida de destinos,
desconhecida de rumos e
de desejos e agonia vestida,
logrou-me o artifício da segurança
e aos teus pés,
não sei se por reverencia
ou por mendigar clemência,
pus-me.

quando te beijei a boca
e tua língua de palavras roucas,
no meu ouvido
insinuaram canções,
perdi o meu caminho já antes traçado,
sabia que ficaria ao teu lado
a viajar este mundo de ilusões.



Quando você beijou a minha boca

(Mary Fioratti)

meus olhos fixos nos seus
pediam tanto esse beijo...
que se movia com gosto de desejo
tocando minha boca com avidez
e foi como se uma tempestade
arrebatasse meu corpo
foi um beijo de "primeira vez"


a sua boca percorria meus lábios
como uma prece de amor
e profanava com a língua o seu desejo
nos cantos mais escondidos
de meus sentidos
e quando deitou a cabeça no meu colo
emaranhei minhas mãos em seus cabelos
fechando os olhos e expirando o desejo
e com você fui a pedinte descarada
implorando por mais um beijo
e mais nada...

Quando você beijou-me outra vez
atendendo meu pedido tão mendigo
a minha língua quis excitar-lhe o ouvido
dizendo-lhe coisas que somente se segredam
e depois daquele beijo alucinado
deitei sua cabeça em meus braços
e com a boca, percorri todos seus traços
e adormeci no seu sorriso de menino



Tua boca encostada em minha boca

(Tarcísio Zacarias dos Santos)



Quando te olhei sabia que sentiria tua boca assim:
Encostada em minha boca,
Num beijo com gosto de Sol que aquece coração no inverno.
Quando te beijei percebi que tuas águas mansas
Arrebentariam meu corpo feito tempestade de fogo.
E uma paz de primeira vez percorreria meu inferno ainda não nascido...

O teu lábio atrelado ao meu lábio
Em uma prece profana, na língua do desejo.
Meus mais secretos sentidos tomando rumo desconhecido.
Tua boca e minha boca despidas de pudores,
Meus dedos perdidos no emaranhado dos teus cabelos.
Sem o artifício da segurança.

Me quero e te quero:
Pedinte descarada, mendigo de clemência.
Mais um beijo, mais um beijo.
Nada mais.

Quando meu lábio deixou de ser somente meu lábio,
Quando teu lábio passou a fazer parte de meu lábio
Por conta de meu pedido de clemência,
Meu ouvido quis dividir com teu ouvido,
Segredos de um beijo sem precedentes.

Mas ai eu já não era mais só meu,
Eu era teu também.
Com o mesmo traço, a mesma forma,
O mesmo sorriso, a mesma ilusão...















Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 03/06/2006
Código do texto: T168932