TEUS OLHOS

Morro por estes teus calados olhos

de uma cor que eu nem sei mais,

e que tornam-se ainda mais belos,

por serem assim,

calados

Estes doces olhos de fruta,

de encorpada e vermelha polpa

que de tão saborosamente frescos,

derramam-se inteiros sobre minhas madrugadas

Olhos de luzes e ventos,

sereníssimas tempestades,

pequenas e cristalinas fronteiras

entre o amor

o céu

e a carne

Benditos olhos que se calam

e calados, me matam

desta morte que eu tanto desejo

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 08/07/2009
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T1689105