O Amor e o Jogo de Xadrez...

Eis-me aqui...

Sentada à tua espera...

O tabuleiro de xadrez me olha

Mudo, e não consegue entender

Porque foi armado...

Olho peça por peça,

É o grande tabuleiro da vida:

“Casa branca à direita!”

Foi a primeira regra que aprendi...

O movimento das pedras,

O poder da Rainha...

- Sempre defendendo seu Rei...

Fazem-se trocas bizarras:

Um cavalo por um bispo,

Uma torre por cavalo

E se salvaguarda as pedras

Defendendo

Umas às outras...

Mesmo assim há perdas

Inestimáveis...

E os pobres peões vão à frente,

Como na vida...

No tabuleiro preto e branco

A história da vida,

A história do amor...

- E o Cheque-Pastor

Em tão poucas jogadas...

O xadrez é igual à vida,

Alguém ganha,

Alguém perde...

Alguém leva o cheque-mate

Às vezes até mesmo

Por um bando de peões...

E a Rainha se move

Como a grande dama

Engalanada em sua veste

Ou branca ou preta...

Mas depois, todas as peças

Vão para a caixa, o estojo,

E caem na vala comum,

Misturam-se,

Batem-se...

Adormecem até a próxima partida...

Mas na vida nem sempre há a revanche

do jogo pedida:

Há o que perde

E há o que ganha.

E o jogo acabou...

O tabuleiro armado me contempla

Ou eu o contemplo com meus olhos lassos...

Já não sei armar uma jogada...

Esqueci como me defender...

Muito menos nasci para atacar...

O xadrez me serve apenas pra pensar...

Quem olha de fora

Sempre

“tem um melhor palpite”...

- Mas quem está no jogo não vê...

Desarmo o grande tabuleiro da vida:

O xadrez acabou,

A rainha morreu...

E indefeso ficou

Seu amado Rei...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 08/07/2009
Código do texto: T1688591
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.