O Amor e o Jogo de Xadrez...
Eis-me aqui...
Sentada à tua espera...
O tabuleiro de xadrez me olha
Mudo, e não consegue entender
Porque foi armado...
Olho peça por peça,
É o grande tabuleiro da vida:
“Casa branca à direita!”
Foi a primeira regra que aprendi...
O movimento das pedras,
O poder da Rainha...
- Sempre defendendo seu Rei...
Fazem-se trocas bizarras:
Um cavalo por um bispo,
Uma torre por cavalo
E se salvaguarda as pedras
Defendendo
Umas às outras...
Mesmo assim há perdas
Inestimáveis...
E os pobres peões vão à frente,
Como na vida...
No tabuleiro preto e branco
A história da vida,
A história do amor...
- E o Cheque-Pastor
Em tão poucas jogadas...
O xadrez é igual à vida,
Alguém ganha,
Alguém perde...
Alguém leva o cheque-mate
Às vezes até mesmo
Por um bando de peões...
E a Rainha se move
Como a grande dama
Engalanada em sua veste
Ou branca ou preta...
Mas depois, todas as peças
Vão para a caixa, o estojo,
E caem na vala comum,
Misturam-se,
Batem-se...
Adormecem até a próxima partida...
Mas na vida nem sempre há a revanche
do jogo pedida:
Há o que perde
E há o que ganha.
E o jogo acabou...
O tabuleiro armado me contempla
Ou eu o contemplo com meus olhos lassos...
Já não sei armar uma jogada...
Esqueci como me defender...
Muito menos nasci para atacar...
O xadrez me serve apenas pra pensar...
Quem olha de fora
Sempre
“tem um melhor palpite”...
- Mas quem está no jogo não vê...
Desarmo o grande tabuleiro da vida:
O xadrez acabou,
A rainha morreu...
E indefeso ficou
Seu amado Rei...