SINTO A NULIDADE PRESENTE

SINTO A NULIDADE PRESENTE

Sinto a nulidade presente

Em versos sobre amores

Digo o que o ser sente

No peito seguem as dores

A amada fez-se ausente.

O que sinto das flores

Causa-me repulsa, ânsia

Doce aroma vertido em fétido odores

E vão são os jogos da infância

Quando a verdade tem fúnebre cores.

Minha dor verto em pranto,

Mas a lágrima é insuficiente,

Pois eu a amava tanto

E o choro não a fará presente

Nem servirá à minh' alma de acalanto.

Pelos varios pecados cometidos

Perdão pedi a Deus

Se tudo houvesse presumido

E soubesse que nisto daria os versos meus

Nada do que fora teria acontecido.

Eu a perdi, disto tenho certeza,

Mas jamais sairá da lembrança

Que tive aos braços a princesa

Ou de que tinha apenas a esperança

de longe só admirar sua beleza.

Jaz ela fria, inerte agora

Ainda bela repousa, não se importa

está mais calma que outrora

Ao vê-la assim, coração não suporta

Pois dorme a menina, a bela e a senhora.

Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 03/06/2006
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