SINTO A NULIDADE PRESENTE
SINTO A NULIDADE PRESENTE
Sinto a nulidade presente
Em versos sobre amores
Digo o que o ser sente
No peito seguem as dores
A amada fez-se ausente.
O que sinto das flores
Causa-me repulsa, ânsia
Doce aroma vertido em fétido odores
E vão são os jogos da infância
Quando a verdade tem fúnebre cores.
Minha dor verto em pranto,
Mas a lágrima é insuficiente,
Pois eu a amava tanto
E o choro não a fará presente
Nem servirá à minh' alma de acalanto.
Pelos varios pecados cometidos
Perdão pedi a Deus
Se tudo houvesse presumido
E soubesse que nisto daria os versos meus
Nada do que fora teria acontecido.
Eu a perdi, disto tenho certeza,
Mas jamais sairá da lembrança
Que tive aos braços a princesa
Ou de que tinha apenas a esperança
de longe só admirar sua beleza.
Jaz ela fria, inerte agora
Ainda bela repousa, não se importa
está mais calma que outrora
Ao vê-la assim, coração não suporta
Pois dorme a menina, a bela e a senhora.