Áspero
Ando procurando um amor
Mas um amor que seja só meu.
Ando analisando rostos, cheiros, cérebros e almas.
- Não! Não me sinto mal por isso.
Todos somos usados e usamos uns aos outros o tempo todo.
- Realista!
Os emocionais tendem a serem mais fracos e vulneráveis.
- Racional na verdade!
É assim que sou.
O que chamam de frieza, para mim não passa de simples praticidade.
- Descartáveis? Talvez...
Eu vejo isso o tempo todo. Eu faço isso a todo tempo.
- Não! Não me sinto mal por isso.
Senhores, não me culpem.
Culpem a quem no início dos tempos resolveu tratar os seres como cartas.
A vida e o amor como um baralho.
Culpem o percussor. Pois tudo começa de algum ponto.
Em um baralho tem apenas um curinga.
Tem apenas um vencedor.
Eu não gosto de perder.
- Não! Não me sinto mal por isso!