Áspero

Ando procurando um amor

Mas um amor que seja só meu.

Ando analisando rostos, cheiros, cérebros e almas.

- Não! Não me sinto mal por isso.

Todos somos usados e usamos uns aos outros o tempo todo.

- Realista!

Os emocionais tendem a serem mais fracos e vulneráveis.

- Racional na verdade!

É assim que sou.

O que chamam de frieza, para mim não passa de simples praticidade.

- Descartáveis? Talvez...

Eu vejo isso o tempo todo. Eu faço isso a todo tempo.

- Não! Não me sinto mal por isso.

Senhores, não me culpem.

Culpem a quem no início dos tempos resolveu tratar os seres como cartas.

A vida e o amor como um baralho.

Culpem o percussor. Pois tudo começa de algum ponto.

Em um baralho tem apenas um curinga.

Tem apenas um vencedor.

Eu não gosto de perder.

- Não! Não me sinto mal por isso!

Talita Bildeman
Enviado por Talita Bildeman em 07/07/2009
Reeditado em 08/07/2009
Código do texto: T1687361