Brancos lençóis:
Chove, olho a rua.
Os vidros embaçados
Dificultam a minha visão.
Quase nada eu consigo ver
Apenas vultos de pessoas
Que apressada-mente vão
Pelas calçadas como loucos
Procurando fugir da chuva
Se protegendo nas marquises
Mas eles não desistem
O vento forte, não da trégua.
As marquises não servem mais
Pois eles precisam correr
Porque, já estão atrasados.
Eu continuo ali na janela
Perdido em meus devaneios
Não percebo que alguém
Já se encontra ali a meu lado
Um suave beijo me desperta
Um corpo se aninha em meu peito
E me convida a voltar novamente
Para nossa cama quentinha
Aquele corpo seminu, e tremulo.
Ali enroscado em meus braços
O calor que dele emanava
Me fizeram acordar de vez
Tomei-a nos braços e a beijei
Enquanto ia até nosso leito
Delicadamente, seu corpo eu deitei.
Entre brancos lençóis, eu a amei.
Volnei Rijo Braga
Pelotas: 03/06/06.