Sem véus
Edson Gonçalves Ferreira
Não imagino Cristo só pregado na Cruz
Prefiro lembrá-Lo nas alegrias das bodas de Caná
O homem sadio ao lado dos noivos e da mãe Maria
A mulher encantada de Deus e de humanidade
O trabalho Dele ao lado de José no carpintar
Jesus, o sedutor
Aquele que, quando abria a boca, todos se apaixonavam por Ele
Largavam tudo só para seguir o Mestre
Eu queria essa força e essa luz toda
Ele mesmo nunca renegou sua frágil e santa humanidade
O afasta de mim este cálice, ó Pai
A alegria de ver seus pés lavados com óleos perfumosos
E, depois, enxugados pelos cabelos de uma linda mulher
O gosto pelo vinho e o respeito pela saúde de todas as coisas
Aquele que era capaz de Se curvar diante de João
Aquele que não jogava pedras como, até hoje, muitos o fazem
O Filho de Deus soube reconhecer toda a pureza de
tudo o quanto existe
Afinal, foi o Pai Nosso que tudo criou
Ama a humanidade ciente de que a carne é fraca
Respeita a pluralidade do amor
Sim, porque Ele é o próprio amor multiplicado em tudo o quanto
existe e chamamos de Natureza
Sepulcros caiados já me condenaram
Só porque enxerguei a humanidade de Cristo
A saúde de Maria, a nossa Mãe Redentora
E a grandiosa maravilha de quem,
Nesmo sendo humano, tornou-se santo
Como Francisco e sua prima Clara
Eu, sou o último dos últimos,
Mas como falou Paulo de Tarso
Sou o que sou
Mas a graça de Deus não ficou sem efeito em mim
Com ela O glorifico com a tinta do meu sangue
Escrevendo poesia.
Divinópolis, 06.07.09