Paixão e Apego

Intensa paixão.
Não houve primavera e outono,
mas apenas verão e inverno,
o ardente  amor e a intensa dor.
A atração que se esgotou nos limites
da química biológica dos corpos.
Momento tenso, sabe-se
da necessidade de terminar,
mas insiste o apego
pelo que já não existe.
O desconforto,
a inconformação,
o ciúme futuro
de dar certo com outro
o que não se realizou para si.
Um medo mesquinho
de estar perdendo a felicidade,
mesmo reconhecendo
toda amargura do momento.
Mas o caso é
de embarcação a pique,
as aparências já não resistem
ao interior abalado.
Importa se sairá
pela porta da frente
ou pela dos fundos.
É essencial conter
as potenciais ofensas.
Que ainda
não se deseje o fim,
mas ele já existe
como irrevogável,
melhor não ser por mal,
que seja por bem.
Agora a espera
é inimiga do bem,
a protelação pode
levar ao ridículo das ofensas.
Melhor se reconhecerem

como almas incongruentes,
que acabaram unidas
pelos mistérios do destino.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/07/2009
Reeditado em 23/11/2014
Código do texto: T1685077
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