O PÃO DO AMOR (Sacia-me) - Retrô
O meu amor está com fome e já começa a se queixar;
Ele reclama da mesa vazia, que tanta fartura já conteve;
Não se conforma a essa sala de espera, em que jamais esteve;
E de rações fingidas, ele não quer se alimentar!
A doçura do olhar que lhe foi apaixonado, já não saboreia mais;
Por trás dessa instabilidade, há uma gritante necessidade;
Fome de amor, que não se sacia com sopas de piedade;
Posto que as bandejas ofertadas agora, se mostram vazias demais!
O meu amor, que já esteve farto, hoje se vê subnutrido;
Ele protesta por afeto e sente o aroma da paixão que já não chega;
Um caloroso abraço traz alívio ou mesmo um sorriso que seja;
E se contorce pela cama: sofreguidão que jamais houvera sentido!
O meu amor quer pão, porque precisa sobreviver;
Não pede mais do que já teve, nem quer a mais do que mereça;
Quer ser amado por quem ama, quer ser ouvido e que lhe veja;
O meu amor quer devorar o teu amor, para se robustecer!!