Aprendiz de Poeta...
Quando eu era ainda criança
Minha mãe/sensibilidade,
Alma de artista, pianista,
Levou-me para ver Disney
No filme “Fantasia”...
Chamou-me atenção
O “Aprendiz de Feiticeiro”,
Música belíssima,
Desenhos para sonhar...
Ele, o Aprendiz,
Fazia tudo errado
Mas querendo sempre acertar...
(- E um pouco por artimanha...)
- Viste Mãe? Não esqueci...
Lágrimas cobrem meus olhos...
Eu sou eterna “aprendiz...”
Sou Aprendiz de Poeta...
Escrevo sem nem pensar,
Escrevo pra compensar
O que a Vida me tirou...
O que a Vida me enganou...
O que eu não soube ver:
Andava nas “Fantasias”
E perdi a quem me amou...
Sou Aprendiz de Poeta:
Não me importo com as rimas,
A métrica ou a cadência,
Escrevo sem reverência
A regras que não escrevi...
E não me sinto culpada
Do que desobedeci...
- Culpo-me, na minha vida
Das coisas que eu não fiz!...
E por ser só Aprendiz
Querendo acertar, errei,
E assim eu não fui feliz...
Meio século de vida
E ainda não aprendi...
Aprendiz de Feiticeira,
Para isto eu não servi...
Aprendiz de Poeta...
- Talvez seja esta correta,
A minha definição...
Vêm tudo desordenado
Como ainda está emaranhado
Meu amor no coração...
E escrevo sem corrigir,
Não quero perder a matriz
Da espontaneidade! A razão
É traiçoeira e nefasta
Na minha pobre opinião...
Um dia, há muito tempo, fui feliz...
Hoje, sou apenas, tão somente,
...Uma eterna “Aprendiz...”