AMOR-AMOR!
 
Na hora em que o sino  da igreja de outrora,
Afirmava a ave Maria, o menino sem demora
 
Percorria aos saltos; esburacado trecho de asfalto!
E trazia no peito um único coração; imediato!
 
Que no ritmo de batidas surdas, traduzia;
Seu sentir... Amor! E esta fonte de louvor e ousadia,
 
Fazia do menino, um príncipe de roupas rotas,
E cabelos desgrenhados; por ventos e gotas,
 
Que ao contrário do que se pensa, jamais foi da chuva,
Que o vento anunciava; e sim dos humores, que a ruiva,
 
Nuvem de pudor; ao couro cabeludo acrescentava,
E neste ritmo, de ânsia e paixão! Torvelinho d’alma apascentava:
 
Calma! Calma! E se ria...  sim! Eu a amo, afirmava!
E sempre amarei! Discursava:
 
Para o silêncio, e para o vento,  que ainda teimava,
Em desfazer as vestes,  trajes, que no labor diário trajava.
 
No ínterim de sua jornada,
Docemente enlevada,
 
A menina, o aguardava; junto a canteiro de heras
Na rua dos cravos, no bairro das primaveras,
 
Recanto de espera, onde germinara seu amor,
Se não o primeiro; o primeiro verdadeiro amor!
 
A pequena flor segurava um doce para seu bravo,
Infante: Pipocas doces de setembro. Gravo!
 
Que permanecerá, como um símbolo da dádiva,
Do encontro de suas almas eternas... Meditava!
 
E antes que a primeira chuva caísse,
A primavera, cúmplice
 
Dos amantes de hoje, de ontem e de antes
Assiste, com ares triunfantes,
 
 
O abraço que encerra o poema,
E o encontro que se renova no tema!

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 04/07/2009
Reeditado em 04/11/2012
Código do texto: T1682750
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