Relações íntimas

Não sou eu quem te fala,

antes cumpro o que meu olhar traduz,

vindo do coração avisos tantos, tantas palavras.

Sobrevivo e ao teu corpo cedo tudo,

da vontade ao rumo,

da paz ao êxtase,

da saliva ao beijo.

Sou apenas o que tu sentes

quando o meu abraço quente te sufoca,

dando os ares doutros espaços.

E quando tudo me cansa eu te reolho,

sinto uma vontade nova de ter-te de novo,

com o mesmo sabor, mas noutros gostos

e tudo nos recomeça ávido,

entre um olhar fogoso,

um apertado abraço

e um longo beijo de nossas carnes.