Palhaço Triste

E mais uma vez

Caiu de seu rosto

Ao fim do martírio

Uma gota de lágrima

Sem perceber avistava

Seu rosto espelhado

Na gota tão triste

Que deixou esvair

Foi assim sem sentido

Que dava o que tinha

Acabou mais um dia

De sorrisos inertes

E foi com a piada

Jazida em teu peito

Que foi-lhe desfeito

Todo o temor

Encontrou nas estrelas

Um anjo brilhando

E a voz ecoando

Dizia teu nome

Pensou ser lembrança

Ou até ser esperança

De uma noite de sonhos

Onde sonhou ser feliz

E sentia aquela mão

Encostar em teu rosto

Era quase tão viva

Quanto a sua tristeza

Caiu derrotado

Num canto afastado

Seus próprios sentimentos

Apartaram a dor

A dor de ser só

A dor de ser triste

A dor de ser alguém

Que ninguém conhecia

Foi mais uma noite

De sentir piedade

De sentir vontade

De não mais existir

Praguejou tua vida

Estando calado

Diante da platéia

Que o assistia

E foram risos e cortes

E marcas e trotes

Na cena sem cortes

Caiu novamente

Kalis Tamino
Enviado por Kalis Tamino em 03/07/2009
Código do texto: T1680727
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