Palhaço Triste
E mais uma vez
Caiu de seu rosto
Ao fim do martírio
Uma gota de lágrima
Sem perceber avistava
Seu rosto espelhado
Na gota tão triste
Que deixou esvair
Foi assim sem sentido
Que dava o que tinha
Acabou mais um dia
De sorrisos inertes
E foi com a piada
Jazida em teu peito
Que foi-lhe desfeito
Todo o temor
Encontrou nas estrelas
Um anjo brilhando
E a voz ecoando
Dizia teu nome
Pensou ser lembrança
Ou até ser esperança
De uma noite de sonhos
Onde sonhou ser feliz
E sentia aquela mão
Encostar em teu rosto
Era quase tão viva
Quanto a sua tristeza
Caiu derrotado
Num canto afastado
Seus próprios sentimentos
Apartaram a dor
A dor de ser só
A dor de ser triste
A dor de ser alguém
Que ninguém conhecia
Foi mais uma noite
De sentir piedade
De sentir vontade
De não mais existir
Praguejou tua vida
Estando calado
Diante da platéia
Que o assistia
E foram risos e cortes
E marcas e trotes
Na cena sem cortes
Caiu novamente