Aquisições do Amor
É tão triste quando o amor torna-se um tormento,
Não só porque senti-lo é inevitável,
Mas por causa do sofrimento,
Que por não ser correspondido este proporciona,
Restando ao ser apenas a reclusão,
Dentro de si mesmo,
Onde se inicia um processo de autodestruição,
Que consiste na deterioração do coração,
Proveniente da desilusão.
Ah se não me fosse necessário amar,
Seria eu poupado de tanto martírio,
Mas talvez eu não saberia perdoar,
E nem estaria sendo consumido por este tamanho delírio.
Amar é adquirir riqueza de espírito,
É conhecer,
É adquirir saber,
Mas também é ser um ser aflito,
É esquecer de si e se perder
É viver e morrer,
É sentir e não compreender,
É conseguir absorver e reter mesmo sem querer,
É não ter controle de si por saber,
Que amar é importante, é fundamental para se viver.
Oh amor,
Porque és tão incisivo, instintivo, conclusivo?
Porque és tão inconseqüente, insolente, contundente?
Porque é o que é amor?
Isto é uma resposta ou uma pergunta?
Isto é as duas coisas,
Pois o amor é o que é,
E dizer mais que isso seria especular,
E o amor é inexprimível.
Maior que pensamentos,
Maior que palavras, gestos e ações,
Maior que aquele que o anseia ou o sente,
Maior que a própria fé.
Pois o amor é:
O conjunto de tudo,
O claro e o obscuro,
O ingênuo e o sisudo.
O amor está em todos,
Faz parte do nosso mundo.
O amor é um imperador,
É o mentor de absolutamente tudo,
Pois é o bem e o mal.
É a causa viva,
Relativa e indecisa.
É a inspiração, a tristeza, o ódio e a emoção.
É uma bonita e inaudível canção,
Que mesmo que não se ouça,
Toca o coração.
Uma canção que não pode ser vista,
Mas tudo atiça,
Pois o amor é uma força,
Que move e paralisa.
É a noite e o dia,
É a morte,
E a cima de tudo...
É a vida.
Itaci Silva Camelo