Minha decisão
Hoje, pela última vez, senti o seu
perfume que guardei em delicado frasco.
Decidi que não vou sofrer mais por você.
Me conformei com a sua recusa
em querer o meu amor.
Ponho limites à dor que inunda o meu peito.
Digo ao meu coração que não
mais permitirei que ele seja quebrado,
repartido em fragmentos.
E sei o quanto custa juntar os pedaços
de um coração partido ou
de uma alma dilacerada.
Não vou chorar ao ver sua partida
nem me magoar com as palavras frias,
insípidas que são ditas por você.
Me sinto como uma folha ao cair
do outono e preparo o meu amor
no recôndito de um refúgio
próprio e necessário.
Não mais serei transparente, pincelada
da sensibilidade que por você foi renegada.
Nada justifica o desejo insano
de não se querer deixar amar,
envolver-se de corpo e sentimento
ao que o acaso fez acontecer.
E não se pode conceber que um amor
tão intenso seja jogado ao movimento
da brisa de um mar que já não tenho.
Escolho sofrer agora e não mais tarde
de forma intensa e dolorida.