QUATRO SENTIDOS

Quando o beijo é

A língua que resta

Para voz do coração

O silêncio para

E cala a boca

Deixa vir à emoção

Da boca, semi aberta

Da ânsia, deflagrada

Sobre a saliva

Quando olho entrega

O sentimento brega

Pega o coração

De calça na mão

De boca aberta

Sem saber a direção

E fica fora do eixo

Baba no queixo

E mal pisca

Quando o ouvido

Ouve uma cantiga

Quase antiga

Grande amiga

É o sonho que esta a deriva

Mente à fora

Fora e avisa

Que o tempo

Este maldito

Planta em nosso peito

Uma semente regada

De solidão

Uma semente

Chamada saudade

Quando a pele

Vem e suaviza

O vento cortante

Da lembrança perdida

Do viço, doce alvoroço

Chupão no pescoço

Mão sobre teta

Teta sozinha

Esperando o dono

Destes sentidos

Quatro sentidos

Sem sentido

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 03/07/2009
Código do texto: T1679698
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