QUATRO SENTIDOS
Quando o beijo é
A língua que resta
Para voz do coração
O silêncio para
E cala a boca
Deixa vir à emoção
Da boca, semi aberta
Da ânsia, deflagrada
Sobre a saliva
Quando olho entrega
O sentimento brega
Pega o coração
De calça na mão
De boca aberta
Sem saber a direção
E fica fora do eixo
Baba no queixo
E mal pisca
Quando o ouvido
Ouve uma cantiga
Quase antiga
Grande amiga
É o sonho que esta a deriva
Mente à fora
Fora e avisa
Que o tempo
Este maldito
Planta em nosso peito
Uma semente regada
De solidão
Uma semente
Chamada saudade
Quando a pele
Vem e suaviza
O vento cortante
Da lembrança perdida
Do viço, doce alvoroço
Chupão no pescoço
Mão sobre teta
Teta sozinha
Esperando o dono
Destes sentidos
Quatro sentidos
Sem sentido