FLOR

É lá no mato que vive sua idade tenra,

e exala seu perfume de amor em polém,

em cantiga suave a varrer o terreiro.

um remelexo que emoções bolem.

Na fronte morena a beleza rarissima,

para o lugar de poucos apreciadores.

uma alegria que tinha dentro de mim,

que por ela cedo, cedo já sentia amores.

Qualquer ave que voasse pelo ceu,

indo ou vindo de onde ela morava,

aumentava de saudades os meus ais,

ela nem sabia o quanto eu penava.

Minhas vontades tive que aflorar logo,

pois o coração não quis mais ser furtivo,

E então a corte lhe fiz sem timidez,

não me ocorria mais ser tão esquivo.

Vaqueiros a galope apressados em poeira,

lavoristas a pé me davam conta de ti,

mas quanta desculpa! Acabo me perdendo,

morto de vontade de me ver por ai.

Bem queria que aprendesse a me querer,

bem de mansinho. Não precisa ser já.

ao contrario de mim que te quero porque,

não gastou tempo pra ninguém ensinar.

Esala para mim, só pra mim o perfume brejeiro.

Oh! flor morena, solitária lá do meio do mato.

Pois minha veia de beija flor não quer o jardim.

só a flor bonita da beira do regato.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 02/07/2009
Reeditado em 30/04/2011
Código do texto: T1679348
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