MULHERES QUE AMAM
Escrevi meu poema com a água do mar
Para que ele o leia devorando
O sal das palavras a flutuar
Em cada verso como brisa beijando,
Lábios quentes em desejos violentos,
Que acendem e ecoa o clangor
De clarinetas em hinos de ritmos lentos
Festejando o nascimento do amor,
Em noite de estrelas deslumbrantes.
Cada verso tem melodia de mares,
E dito na voz de sagrados infantes
Tem sabor de frutos singulares.
Intuí meu poema a escalar penedias
Com palavras que são grito humano
Da mulher que ama todos os dias
O homem inconstante como os oceanos,
Que se espraia e deixa onde não existia
A saudade, retida entre os juncais,
Da espera que se vá a calmaria
Com a tempestade dos seus olhos fatais.
20/02/04.