Nego tudo... E proclamo!
Sonhos vividos, desejos escondidos
Resultado de projetos desenvolvidos
Por necessidades mascaradas
Em horizontes bem explorados
Paixão no corpo, timidez no olhar...
Aí se dá muito do que se vem falar
Nego tudo... Mas minha alma sente a tua
Elas namoram às escondidas pelas ruas
Meu coração alimenta-se do teu...
Numa pulsação de encontro ao meu
Minha força surge de dentro de ti
É algo tão mágico como nunca vi
Nego tudo... Mas minhas fantasias
Desfilam com incontrolável alegria
É a tua realidade...
Minha cara metade
Meus pensamentos só se viram em tua direção
No mesmo ritmo de igual sofreguidão em ação
Sinto a energia que vem de ti
A me contaminar em total frenesi
A felicidade estonteante que embriaga
Pelas carícias com que me afagas
Todo o meu ser se embriaga
No incontido querer se acalma
Sinto o tremor em minha voz
Num vôo rasante e bem veloz
As palavras fogem-me da mente,
Por estar assim meio estonteante
Evaporam-se como pequenas gotas de orvalho
Regando a relva e umedecendo o áspero assoalho
Nego tudo... Meus sentidos perdem o compasso
A essência da silenciosa consciência perpassa
A noção do tempo... E divagam...
Como num conto de fadas
Sinto-te meu... Por breves momentos,
Colado em teu peito
Sinto-me meu...
Como Deus prometeu
E viajo em teus braços, em teu corpo,
Numa ternura doce e louca
Em todos os teus sentidos.
Você está comigo unido
Sinto-te aos poucos a quebrar, a ceder...
Não tenho mais nada a temer
E neste rodopio de sentimentos
Por breves descontentamentos
Nego que te amo...
E solto o verbo e clamo
Tento erguer meus muros,
Para refugiar-me num esconderijo
Procuro segurar minhas defesas...
E escapar de algumas certezas
As poucas que tenho, mas já nada existe...
Em meu cérebro tu penetraste e insiste
Despiste-me de tudo o que sou
Deixando o amor no que restou
Ensinaste-me o que era a vida...
Mostrando o fascínio de ser amado
E agora, apenas me resta... Amar-te...
Feliz herança a repartir contigo
Mesmo que em silêncio...
Balbucies suave o meu nome e chama
Apenas amar-te... Assim como tu me amas...
Em silêncio... Solene... Santo e profano proclamas!
Dueto: Catarina Camacho e Hildebrando Menezes