Idílio da alma

Envolvo a alma em belo corte de seda

chinesa fazendo-a deslizar suave

pelo corpo macio e ardente.

Sou passageira errante no trem que passa

sorrateiro pela sua vida e não encontro ponto

de chegada, apenas partida.

A alma chora o que o pranto rejeita,

rasgando o véu que encobre a dor outrora

escondida no recôndito peito.

Alma minha, ingênua e doida que relembra

fatos do passado revistos pela memória de

dias pinçados de momentos felizes.

Alma doce que aflora entre desejos e saudades.

Entre dias e noites que atravessam a minha

vida reajo inerte à nostalgia que se perpetua

infinita e pulsante em meu ser.

A alma traduz o que o coração não sente e

transforma em lágrimas o sofrimento

de momentos intensos.

De sua alma quase nada sei já que a distância

que nos uniu separou nossos corpos,

apenas deixando a tênue presença dos sentimentos.

Na sensibilidade do sorriso meu, no brilho

do olhar profundo, recrio nesse momento a

certeza desenhada no rascunho da minha

alma poética buscando o espelho que reflete a sua.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 29/06/2009
Código do texto: T1673259
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