Plenitude
(pág 71 do livro Doce Melodia)
Passadas as tempestades
As fortes chuvas de maio
Vêm então as magestades
Saídas de tubos de ensaio...
O brilho azul do céu,
a invasão dos beija-flores...
E eu passando ao papel
A manhã de resplendores.
Observo a linda ave,
Tão pequena e tão veloz,
Que paira qual astronave
sobre a estrelízia sem voz.
Suga lépida sua essência,
Voa assim tão satisfeita...
Que a flor nem pede clemência,
sobre a relva então se deita.
No alto, o bem-te-vi,
Começa novamente a cantar.
Até mesmo o colibri
resolve acompanhar...
Lá no alto, na montanha,
avistamos a região.
Como se no topo do Olimpo
encontrássemos a amplidão.
E lá embaixo, no horizonte...
As estradas e suas mazelas,
As curvas do leito do rio,
As matas verdes, no estio.
A amplidão da minh'alma,
a paz do verde e das flores...
Na manhã linda de junho,
a vocês os resplendores!