Versos mitigados
 
 
Poeta, na lavra dos meus versos,
Palavras não têm cabresto,
Amo, com amores diversos,
 
E se não encanto, não empresto meu texto,
Canto, um canto triste, de tristeza pouca,
Versos mitigados na forja de uma mente louca,
 
Doença rara, de um menino litigioso,
Dado a brigas com deus nosso senhor,
Amante de muitos amores, casto e cioso,
 
Poeta, por agora tens o brilho fausto da cor
E aos saltos, a poesia, clareia as noites...  
E enternece piedosos cantores,
 
Na minha faina, esta mesma poesia é profética,
Desentranhada com rituais litúrgicos
Esfaimada por versos métricos e ricos,
 
Dorida e pouca; minha sina ; minha força poética,
Poeta, amo e do amor temo perder o mistério
E mãos postas; rezo, aos deuses do refrigério,
 
Que de minh’alma, não se esvaia o temor.
Poeta, nestes tempos tudo é urgente clamor,
Mal começa o dia e é finda a poesia,
 
Soluço por um longo dia,
Por um abraço que me transporte ao findar do sol,
Soluço por cadências e ritmos, por verdades que subsistam ao tempo.
 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 28/06/2009
Reeditado em 28/06/2009
Código do texto: T1671614
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