Fragilidade
Quando fecho meus olhos e em você penso
me envolvo na brisa suave do tempo,
no aroma perfeito do amor que sinto.
Faço-me orvalho na gota das lágrimas
que derramo, na poesia da saudade
presente em mim.
Meu pensamento divaga nas
linhas de sua vida que desconheço,
dos gestos que não percebo.
Há flores em minha alma
desabrochando ao sabor do sorriso
de menino que noto em você.
Sei tudo de solidão e dor.
Nada sei de amores vividos,
feitos na essência e sentimento
profano, por vezes santificado.
Vejo em seus olhos a essência
que me engana, o mistério
não desvendado, a recusa sem sentido.
Hoje refaço o meu caminho
usando passos imprecisos,
palavras soltas de um
pensamento confuso e aflito.
Sobrevivo ao vendaval que
devasta emoções, recria o passado,
não pensa no futuro.
Sou água de fonte límpida e
serena que a sede procura e não sacia.
Fingindo ser você tudo em
mim denota a esperança
tardia, a fraqueza da maturidade
em contraste à sua juventude.
Conformo-me com isso na imaginação
do que não vejo e reajo indecisa
à sua doce e calma fragilidade.