Fragilidade

Quando fecho meus olhos e em você penso

me envolvo na brisa suave do tempo,

no aroma perfeito do amor que sinto.

Faço-me orvalho na gota das lágrimas

que derramo, na poesia da saudade

presente em mim.

Meu pensamento divaga nas

linhas de sua vida que desconheço,

dos gestos que não percebo.

Há flores em minha alma

desabrochando ao sabor do sorriso

de menino que noto em você.

Sei tudo de solidão e dor.

Nada sei de amores vividos,

feitos na essência e sentimento

profano, por vezes santificado.

Vejo em seus olhos a essência

que me engana, o mistério

não desvendado, a recusa sem sentido.

Hoje refaço o meu caminho

usando passos imprecisos,

palavras soltas de um

pensamento confuso e aflito.

Sobrevivo ao vendaval que

devasta emoções, recria o passado,

não pensa no futuro.

Sou água de fonte límpida e

serena que a sede procura e não sacia.

Fingindo ser você tudo em

mim denota a esperança

tardia, a fraqueza da maturidade

em contraste à sua juventude.

Conformo-me com isso na imaginação

do que não vejo e reajo indecisa

à sua doce e calma fragilidade.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 28/06/2009
Código do texto: T1671030
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