... pétala a pétala ...

Diz-me a Poeta: «Eu pegava nessa rosa e torturava-a tirando-lhe, pétala a pétala, todas essas roupagens altivas e de péssimo gosto com que se orna, absurda.»

Pétala a pétala

medi a humidade

da rosa: e era mel de estrelas singelas:

Torturei os lábios,

tirei as roupas prazerosas

e topei nu o absurdo:

Gosto a cova ornada e feminina

alanceia a minha língua

como serpe

dos amores

à peçonha...