PRESENTE

Não passaste, tão pouco ficaste

Posto que és agora e presente

Doces lábios que nos meus tocaste

Açucaram mesmo quando ausente

Não há neblina, nem frio que faça

Nem os cristais dos pingos do sereno

Não há nada que esse amor desfaça

Nem a gota de qualquer veneno

Pois o calor da brasa da lareira

Arde intenso e sobremaneira

E queima até no forte do verão

E tua prenda espera faceira

A hora de se entregar inteira

Seja no inverno, ou noutra estação