A NOITE CAI E NÃO PARA DE CHOVER…
Milão está mergulhada numa bruma densa
Que nada deixa ver
Paris chora a sua glória
De ter demasiada beleza
E pouco poder
Nova York sufoca
Na sua densidade cosmopolita
Enquanto eu penso que
A noite cai e não para de chover…
Viajo um pouco por todo o lado
Já conheci todos os locais
Que um dia sonhava conhecer
Sempre com um lugar vazio
O teu
E
A noite cai e não para de chover…
Enquanto vou escrevendo
Num velho caderninho
Tão imortal quanto eu
A razão de ter tantos mundos
Conhecer tanta gente
E mesmo assim me sentir sozinho
Saciando a minha fome de conhecimento
Nessas cidades intemporais
Saciando a fome de amor
Em corpos vãos
Em corpos banais
Que depois de umas horas de satisfação
Completaram-me o corpo
Esvaziando os meus ideais
E tenho tantas saudades tuas
Meu Amor
Não sabendo por onde andas
Que é feito de Ti
Mergulhando mais uma vez
No meu velho companheiro de viagem
O crepúsculo
No mesmo corpo da solidão
Na realidade até faz sol
O mundo é belo
Mas as lágrimas da saudade
De algo que quase tive
E nunca cheguei a ter
Pintam os diferentes cenários
As diversas paisagens
Por onde
Por medo de Ti
Pela tua ausência
Me costumo esconder
É…
A noite cai e não para de chover…