Sustenindo os Cuidados
Os olhos vestindo paletós de sombra, dois negros vitrôs
Que arremedam a madrugada
Chovem escondidos a imagem gelada que o tempo compôs
Com a dor sustenida
Que assim como aumenta em metade o tom da saudade
Que canto de ti
Em bemol dia-a-dia, meio tom diminui da dor e ansiedade
Que carpo daqui.
São dias, apenas, de horas pequenas que custam o passar
Da última agulha
Que ao alto camelo me obrigo a encolhê-lo para adentrar
À razão acúlea
E poder compreender por que este tempo de espera mal anda
Sem querer correr
Teimando moroso em morrer vagaroso, como um lento panda
Nos bambus a comer
E a resposta interior para tanto vagar no engolir do tempo a cada hora
Encontro na sabedoria da demora
O alerta da inversa proporção entre Amar em bemóis batidas do coração
E o gemer em sustenidas dores a solidão...