Doce flor da idade
Quando olho para você sinto a juventude
de um tempo que não mais tenho.
É o tempo que não perdoa o corpo,
apenas preserva intacta e bela
a minha alma.
Procuro situar meu sentimento em flor
em solo incerto e meus
passos desequilibrados me levam
de encontro ao desconhecido.
Quisera não sentir medo da emoção
que procura espaço em meu peito ferido.
Falo de amores semeados em desertos
de solidão e que florescem
ao sabor apaixonante da
vontade que me enche de desejos.
Fragmentos do seu sorriso desenham-se
em meu distante pensamento.
Paro e reflito sobre o que sinto
e não devo.
Coração de ingênua fragilidade que
busca no sofrimento o
consolo de dores perdidas.
Não posso abrigar incertezas nem dar lugar
à fantasia que preenche realidades vãs.
Aquieto-me agora.
Uso nesse instante a razão que me é rara
e coloco a emoção no relicário
doce de sentimentos que devem
permanecer adormecidos.