SONHOS E SAL...
Poeta deste chão!
A baleia azul;
O lobo marinho;
O mar do sul,
Pedem carinho!
Proteção!...
Poeta! O menino que lhe apresento,
É nascido no mangue
Acordado no sangue
E seu siso é de confronto
Pois, seu sonho jaz, morto.
Come com os olhos, batatas fritas
Expostas no mercado distante;
Nas tábuas das palafitas
Seu piso, seu caixão errante
Seu ultimo instante,
Nas mãos, sonhos e sal
Aos seus pés; a artista do caos;
Os lábios rachados em murmúrios,
Preces fatigadas, esconjuros
Natureza morta,
Virgem santa, que reza
Mãe, esquálida ferida
Lagrimas secas,
Suas desventuras, tecidas
Desde o ventre de outra
Mãe, desnutrida e morta,
No desvão de outra porta.
Poeta, esta deusa que vos apresento
Mãe deste nosso rebento,
É douta em sofrimento;
Nascida menina, foi na forja do mangue
Feita mulher, corrompida e exangue
Reza seu credo de vida e livre exame:
Mãe, senhora dos meus momentos
Nasci, e sei que da natureza fui vertida,
Dos da natureza, sou a espécime mais esquecida,
Teus filhos caranguejos, que partilham comigo segredos
Em dias de lagrimas, e tormentos
Morrem de fome, de caça e degredo,
Eu morro cada dia de desesperança
Descaso, febre, e intolerância,
Rogo - te uma alegria sequer, uma única lembrança
Que subsista em meu coração,
Quando deste sonho infame eu acordar,
Entre nuvens e asas em outro sonho, outro lugar!
Poeta deste chão!
A baleia azul;
O lobo marinho;
O mar do sul,
Pedem carinho!
Proteção!...
Poeta! O menino que lhe apresento,
É nascido no mangue
Acordado no sangue
E seu siso é de confronto
Pois, seu sonho jaz, morto.
Come com os olhos, batatas fritas
Expostas no mercado distante;
Nas tábuas das palafitas
Seu piso, seu caixão errante
Seu ultimo instante,
Nas mãos, sonhos e sal
Aos seus pés; a artista do caos;
Os lábios rachados em murmúrios,
Preces fatigadas, esconjuros
Natureza morta,
Virgem santa, que reza
Mãe, esquálida ferida
Lagrimas secas,
Suas desventuras, tecidas
Desde o ventre de outra
Mãe, desnutrida e morta,
No desvão de outra porta.
Poeta, esta deusa que vos apresento
Mãe deste nosso rebento,
É douta em sofrimento;
Nascida menina, foi na forja do mangue
Feita mulher, corrompida e exangue
Reza seu credo de vida e livre exame:
Mãe, senhora dos meus momentos
Nasci, e sei que da natureza fui vertida,
Dos da natureza, sou a espécime mais esquecida,
Teus filhos caranguejos, que partilham comigo segredos
Em dias de lagrimas, e tormentos
Morrem de fome, de caça e degredo,
Eu morro cada dia de desesperança
Descaso, febre, e intolerância,
Rogo - te uma alegria sequer, uma única lembrança
Que subsista em meu coração,
Quando deste sonho infame eu acordar,
Entre nuvens e asas em outro sonho, outro lugar!