A NOITE CAI...
E tu não estás cá
E eu francamente
Não percebo está dor
Absurda
Obtusa
Que o meu Eu
Disléxico
Me dá…
E sinto-me envolvido
Num crepúsculo eterno
Lusco-fusco
Talvez existencial
Porque tiveste
Muitas caras
Demasiados corpos
Mas nunca realmente
Estiveste comigo
Morte…?
Eu não a temo
Não me arrependo de nada do que fiz
Só lamento
O que não realizei
Pois a morte tem muitas formas
E eu já morri demasiadas vezes
E aprendi
Sempre a renascer
Das cinzas
E a ser feliz à minha maneira
Amando-te
Para sempre
Mesmo não sabendo
O teu próximo rosto
Só sei
Que vais ser complexa
E imensamente densa
Só sei
Que amarás as palavras
Tal como eu as amo
Pois são esses os pontos em comum
Os meus pontos fracos
Que me fazem apaixonar
Viver intensamente
Morrer
E voltar a nascer
Pois essas são as linhas da paixão
Que orientam todas as minhas células
Todo o meu imenso
E infinito ser…
E assim
Adivinhando
Mais do que sabendo
Por onde a minha alma vai
Enquanto
A noite cai…