A CARTA QUE VOCE NÃO LEU - Retrô
Lá onde as águas limpas beijam falésias imponentes;
Eu escrevi inúmeras frases, sussurradas pela brisa;
Como um soprano a digitar o amar em suas canções perenes;
Como um irradiar de luz, que alcançando teu olhar se fez descrita!
Eu disse que te amava na gestação do alvorecer;
E fui postado aos endereços enigmáticos do teu sonhar;
O que vernáculos jamais diriam, o meu olhar passou a te dizer;
Nas partituras de tua libido, o meu anseio foi te recitar!
Eu rabisquei meus gritos de paixão nas páginas macias de teu choro;
Em cada estrela escrevi as vírgulas que separavam teus adjetivos;
Eu registrei minhas saudades na queda dágua cantando em coro;
Enumerei em grãos de areia todos os teus encantadores predicativos!
Em cada fruto a colorir o verão, eu implorei diretamente aos teus lábios;
Que não me jurem o teu adeus, nem me sentenciem aos prantos;
Que sem as chamas de teus abraços, os meus incêndios são inválidos;
E descrevi teu traçado esplêndido, ao te escrever em meus decantos!
E vi teus olhos percorrendo as melodias que a natureza produziu pra ti;
Senti teu peito a disparar nas emoções vizinhas à tua sublimidade;
Mas até hoje nada leste do que mais lindo a teu favor já escrevi;
Onde te escrevo o meu amor, entre o delírio e a sanidade!