soneto da fuga

fugi do ocaso para o abandono

e fugi do dono pra não ter mais medo

fugi do inverno, fiquei no outono

e fugi do sono pra acordar mais cedo

mas do meu enredo fujo à toda hora

e se vou-me embora, só fujo de mim

a sua presença não me prende agora

mas da sua ausência fujo até o fim

o que me importa é não fugir da vida

é uma saída que não me apetece

nem mesmo quando a porra dessa ferida

é a que me derruba, se você me esquece

prefiro a fuga que é parecida

com a aventura que não acontece

Rio, 23/06/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 24/06/2009
Reeditado em 06/07/2009
Código do texto: T1664445
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