Cartas desfeitas

Desfaço nesse momento a última

carta que escrevi para você.

Cartas que foram enviadas ao sabor

da paixão dilacerante que

nasceu em meu peito .

Você , a inspiração doce do passado e a

ilusão amarga presente nessas linhas.

Coloquei minha alma aos seus pés

com a pureza da água que

verteu dos olhos meus.

Nada me restou do começo promissor

de um futuro romance.

Não devo lamentar as palavras ditas ,

escritas em folhas de papel branco que

quis colorir cm as mais suaves e

tênues cores da vida.

Restam-me a saudade e a lembrança

do que junto a você vivi.

Lágrimas pequenas visitaram meus

olhos quando li a recente mensagem

que você me enviou.

Falava de uma praia em Aracaju

e do pequeno objeto marinho encontrado

e que suscitou em você a minha lembrança.

E se bem me recordo foi esta a primeira

vez em que você fez menção a alguma

imagem minha aflorada em seu pensamento.

Fato inusitado que fez o amor adormecido

inundar uma vez mais a minha

alma doce e cálida.

E vi a poesia no seu gesto e na

promessa de me entregar, algum dia ,

o referido achado.

Sei que você continua vivo em sem tempo...

Talvez em dezembro? Não sei

Amigo? Não pergunte a um coração

apaixonado se a amizade o consola.

Isso não faz mais sentido.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 22/06/2009
Código do texto: T1661324
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