Não me posso libertar...

Não me posso libertar...

Alegram-se as aves a chilrear,

Sob os freixos onde estou a descansar,

Mas não é neles que estou a pensar,

É em ti, sempre e sem cessar.

Tento da minha mente desviar,

A tua imagem, mas teima em ficar,

Não consigo fazê-la parar,

Agarrou-se e não se vai soltar.

Não posso de teu encanto me libertar,

E para além de ti não posso enxergar,

É um amor que continua a medrar.

Já ninguém o pode controlar,

Até gostava de te mostrar,

O canto onde se veio abrigar.

Não sei se irei suportar,

O dia que certamente irá chegar,

Em que me irás abandonar,

E não mais me vais falar.

Sei que me estou a afundar,

Num poço que não sei onde vai dar,

Só tu me podes guiar,

Para o caminho certo encontrar,

Mas terás tu vontade ou vagar,

De mais tempo me aturar,

E teres dó do meu penar?

Eu queria poder domar,

O meu coração e negar,

Que te amo, que é a brincar,

Mas deixei-me há muito algemar,

E não consigo descortinar,

Nesga por onde possa escapar.

Não posso nem quero apagar,

Da memória o teu lugar,

Ele há-de para sempre ficar,

Comigo, não o vou expulsar,

Irei sim, amar e acarinhar,

Esta célula até se desintegrar,

Ou o mundo… enfim acabar!

Mas ninguém me vai silenciar,

Pôr limites ou travar,

A amizade que te estou a dar,

Isso, não se pode negociar:

Dou amor a quem quero dar,

E mesmo que o vás recusar,

Ele irá sempre gravitar,

Nas órbitas do teu olhar.

Enquanto minha vida durar!!!

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 22/06/2009
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T1661150