Só lembraças

Mansa a chuva escorria na calha,
De olhar no infinito eu tentava
Saciar sentimento, por fora
Eu era adulto, por dentro menino
Que com a sorte não se contenta.

Buscava a esperança perdida
Com a força do pensamento, tentava
Recompor ideias, qual plateia
Que o artista aclama nos raros momentos.

Entardeceu, a noite caiu com seu negro
Véu, a dor invadiu meu peito, meu consolo
Eram as estrelas no céu, até o regato
Que sob a ponte corria emudeceu.

Agora só resta a saudade daquele
Tempo que foi, das águas tranquilas,
Do velho carro de boi que na estrada
Não canta mais, saudade de tudo,
Da infância, dos irmãos e meus pais.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 21/06/2009
Reeditado em 22/06/2009
Código do texto: T1660356
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