“De Comer In Postas”

Eu preciso compreender e por isto os olhos da Alma buscam...

Em todas as pontas

De todas estrelas que se escondem do escuro e luscofuscam

Tresluzindo tontas

Levanto a tampa das fossas negras do abismo universal

Procuro nas sarjetas

Das ruas que conduzem ao lugar-comum dos especiais:

Os de Almas pretas

Campeio nos desertos gélidos das praças lotadas de adultos

Lendo seus jornais

Comendo a sangüeira e assassinando os seus próprios vultos

Que não morrem mais

Procuro nas bases e vejo a impossíbilidade de virar a catacumba

E desenfaixar as múmias

Porque o desertor do céu terceirizou o inferno e partiu pra rumba

Cantando calúnias

Eu não sei mais que aranha fez o fio, e qual delas a teia

Ou se as duas juntas

Não me importo mais porque o que serviram na penúltima ceia

São as dez respostas que se come em postas, todas sem perguntas.

( Este é dedicado à Alma Helênica de Konstantinos Kavafis )

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 20/06/2009
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T1659209
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