“De Comer In Postas”
Eu preciso compreender e por isto os olhos da Alma buscam...
Em todas as pontas
De todas estrelas que se escondem do escuro e luscofuscam
Tresluzindo tontas
Levanto a tampa das fossas negras do abismo universal
Procuro nas sarjetas
Das ruas que conduzem ao lugar-comum dos especiais:
Os de Almas pretas
Campeio nos desertos gélidos das praças lotadas de adultos
Lendo seus jornais
Comendo a sangüeira e assassinando os seus próprios vultos
Que não morrem mais
Procuro nas bases e vejo a impossíbilidade de virar a catacumba
E desenfaixar as múmias
Porque o desertor do céu terceirizou o inferno e partiu pra rumba
Cantando calúnias
Eu não sei mais que aranha fez o fio, e qual delas a teia
Ou se as duas juntas
Não me importo mais porque o que serviram na penúltima ceia
São as dez respostas que se come em postas, todas sem perguntas.
( Este é dedicado à Alma Helênica de Konstantinos Kavafis )