QUANDO PARTISTE
QUANDO PARTISTE
Luiza França*
Quando partiste e ao longe sumiste
Costas voltadas ao meu sofrimento
Parada fiquei, perdida no vento
Entre um alento alegre e triste
Nada ao tempo por certo resiste
Inda que seja um real sentimento
Torna-se o doce o mais puro tormento
Enquanto n'alma o pranto persiste
Fui tua dama, leal companheira
Fui tua amante nas noites mais quentes
Hoje apenas sou triste prisioneira
Destas lembranças que trago de ti
Foste meu vinho e minh'água ardente
Hoje és somente estilhaços em mim.
**Luiza França é Heterônimo de Jorge Linhaça