Bocejo da noite
Sandra M. Julio
Na imperceptível lágrima das sombras,
Desatinados pensamentos navegam
Pelas profundezas do meu ser.
Dizem-me eles de ternura e espera...
Da fera que luz em meus olhos,
Desespero e esmero.
Ampara-me o silêncio e o aconchego das horas
Vazias, inertes...
Pulsantes no bocejo das noites.
Assim, no luto dos meus olhares
A vigília e os prazeres se fazem luta,
Sob uma aureola de dores.
Do pecado, como a maçã,
Bebo da febre-terçã...
Silencio o precipício da calma...
Afogo a alma em tempestades,
Em incoerentes saudades...
Na autenticidade da realidade.
Sandra
29/12/07