Inóspitas realidades
Sandra M. Julio
Nem era primavera e seu sorriso floriu em meu olhar
Desabrochando antigos sonhos maquiados pelo tempo...
Entreabri as portas da ilusão, disfarçando um reflexo de lágrimas
Algemadas no vazio do passado.
Reli brancas páginas rasuradas de silêncio...
Magistralmente colocadas em poemas que nunca escrevi.
Então...
Apago lembranças que desalinharam minh’alma
No carrilhão do tempo entre o tic-tac das horas...
A ti procuro, entre nuvens e fantasias.
Vejo pela estrada da esperança um despertar de afetos
Brincando entre fascinantes tons de alegria.
Ilumino-me de ti... Anunciando-me à vida.
Com incenso de esperança batizo o futuro
E sigo, navegando pelo incerto remanso do porvir,
Enquanto displicentes versos sangram inóspitas realidades.
Sandra
23/01/07