Recompensa
No baile das Energias, em algum lugar do sul cósmico
Duas Almas se acharam
Na orquestra dois querubins radicais se infiltraram
Dando cheiro de jazz ao som anósmico.
Enquanto os outros músicos executavam por partituras
Aqueles semeavam os improvisos
Duas melodias na mesma; dois bailes. As atômicas criaturas
Se chocavam, dançando imprecisos.
Num movimento ondulavam os passos da mais linda valsa
Que não esperou por Strauss
Abandonando os instrumentos do sentir antes que soasse falsa
E a sua harmonia vibrasse em caos
Em outro aqueles etéreos bailarinos dançavam sem nexo
O que tocavam os rebelados
Que apimentavam os sons, os aveludando em cor de sexo
Para dançarem os excitados...
Mas as almas que se reconheceram se fizeram uma, das duas
E dançavam ao mesmo tempo ambas
Melodias que tocava aquela orquestra; girando loucas e nuas:
Cisnes boiando no lago dos sambas
Então o dono do salão, que observava tudo dos camarins
Chamou aquelas duas Almas-querubins
E as convidou para uma reservada ilha de um lindo planeta Azul
E sentenciou: -“ Vão! Serão só um. Tu serás o Norte! E Ela o Sul!