Pra você
Nas profundezas mais obscuras fui
Aonde não havia nenhum rastro de vida
O ouro perdido pelas terras
Importavam mesmo eram os sentimentos.
Mas isso não era visível.
Por maldade das almas habitantes
O motivo de felicidade era negado
Rastreado
Torturado
Amedrontado.
Quisera eu mudar a cara do ambiente
Um dia, então, o fiz:
Agi.
Na terra plantei uma semente
Tirei um punhado dessa do chão
Objetei aos céus o porquê daquilo
Senti olhares desconfiados sobre mim
Perseverei e continuei o trabalho
Ousei enterrar a semente
E reguei com esperança.
Mesmo assim
A flor demorou a brotar
Senti que o trabalho
Fora em vão.
As almas amedrontadas venceram
Continuaram a amargurar
Aquele lugar.
Maldito seja.
Pois veja que não desisti.
Recusei desistir.
Andei por muito procurando solução
Voltei mais uma vez ao escuro
Os fantasmas ainda zombavam
Chamuscavam meu rosto com maldade
Eu senti a dor que realmente sentiam
Sei que não é fácil viver assim
Onde não há alegrias
Muito menos amores.
Então voltei ao lugar da flor não nascida
Negada devido àquele clima sem vida
Totalmente sem condições de crescer
E pode parecer bobo
Veja o que fiz:
Onde estava a flor
Custei a acreditar como não havia percebido antes
É simples na verdade
Entenda que
Não bastam água e solo.
Também se precisa do fator que é
Elementar.
Não se pode negar
De jeito nenhum
Essa peça chave
E iluminada.
Eis que tiro do bolso
Nada mais que o Sol.
Xeretas de novo atormentam
E logo fogem.
Regada mais uma vez
Guindada pelo astro
A rosa se faz presente
Outras brotam depois, já que o
Solo agora tem o que precisa.
Minhas flores são meu orgulho
Entendi finalmente o sentido disso tudo
Uma tentativa de levar a beleza nos campos baldios
Semear, desse modo, jardins de maravilhas.