Futuro-Onipresente
“Se o tempo é variado como diz Osíris
Da vida do aquém;
Invento uma cor e um círculo-íris
Que ainda não tem
E no espectro vesgo do Sol dando a ré
Nascendo ao poente
No olho de Obama e não em Ramsés
Conjugo o futuro-onipresente
Que à noite renasce com o fórceps da fé
Para derribar-me a face
De bruxa-princesa e desafundar a Arca de Noé...
Por talvez, o tempo passasse
E a angústia medonha das voltas frenadas
Que não giram os ponteiros
Deitados no pó de apagadas estradas
Então eu teria os fios de Maria nos meus travesseiros.