ESTRANHO AMOR?

O gelo da minha alma

Não me deixava reconhecer.

Eu era um cego com visão,

Olhava e não conseguia ver.

E ele se mostrava tão claro,

Com todo o seu esplendor.

Também me faltava o faro,

Não sentia o seu olor.

Porém, insistentemente,

Ele batia à minha porta.

Por vezes, de forma fremente,

Dizendo-me: acorda!

Pra mim, ele era um estranho.

Pura falta de percepção!

O amor estava se mostrando,

Querendo povoar meu coração.

Mas, água mole em pedra dura,

Tanto bate até que fura!

Ao furar, penetrou,

E, lá no fundo se instalou.

O meu mundo se coloriu

Em matizes nunca vistas.

O amor em mim floriu.

São as flores mais bonitas!

Jeronimo Madureira

17/06/2009.

*Poesia feita para participar da ciranda “Estranho Amor”, da poetisa Maysa.

(http://www.maysa.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=1652834)