Correnteza

Como pode esse desejo

Arder no peito tanto

Se não há de igual

Tão forte anseio

Que acalme a viva alma

Deste mar em pranto?

Como pode a luz da lua

Teu fino rosto transformar,

Pintar teus olhos de vontade,

O peito alvo revelar;

Se quando vem o dia

Já não és meu mesmo par?

Pois ouça o canto das marés,

O fio forte, correnteza.

E se um dia o forte abalo

Destas ondas vier te inundar,

Saibas que deste lugar

Não serei mais estado.

Já me terei levado,

Pois sempre fui aquela

Que das ondas se deixou levar.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 17/06/2009
Código do texto: T1653178