Amor
O amor que inunda a minha alma necessita
da água vertente do teu peito.
Suspira em meus lábios entreabertos em busca
de um beijo que me foi dado um dia.
Sofre em demasia ao sentir que você distante
está do seu pulsar ofegante e dolorido.
Ah! Esse amor magoado de um momento que
torna inquestionável o sentimento que por você nutre.
Amor de madrugada no sereno das calçadas
da grande cidade por onde você anda e habita.
Amor maduro concebido em silêncio de
palavras digitadas nas teclas frias dessa máquina vazia.
Que busca saciar a fome e a sede de forma
contínua e imprecisa bebendo de teus
lábios frases macias e benditas.
Tornando pecado os atos carnais e santificados
os caminhos por onde a alma transita.
Amor que reflete nos olhos o desejo
de rever-te sempre a cada dia.
Que busca a inspiração das letras, a melodia
das músicas para convencer-te a acompanhá-lo.
Amor de quatro estações e de um ano inteiro.
Que se renova diariamente e que à noite ainda está aceso.
Amor que não se traduz, mas que sei
dizê-lo em línguas várias.
Amor insensato e insano que te persegue
sem trégua fazendo-se presente em tua vida ,
quase ausente em teu pensamento.
Um amor colorido e preto e branco.
Amor que não se repete em meu peito,
mas ardente no crepitar das chamas do desejo.
Assim é o amor que cresce sem minha
permissão e que se faz em segredo
no esconderijo da frágil paixão.