Amor

O amor que inunda a minha alma necessita

da água vertente do teu peito.

Suspira em meus lábios entreabertos em busca

de um beijo que me foi dado um dia.

Sofre em demasia ao sentir que você distante

está do seu pulsar ofegante e dolorido.

Ah! Esse amor magoado de um momento que

torna inquestionável o sentimento que por você nutre.

Amor de madrugada no sereno das calçadas

da grande cidade por onde você anda e habita.

Amor maduro concebido em silêncio de

palavras digitadas nas teclas frias dessa máquina vazia.

Que busca saciar a fome e a sede de forma

contínua e imprecisa bebendo de teus

lábios frases macias e benditas.

Tornando pecado os atos carnais e santificados

os caminhos por onde a alma transita.

Amor que reflete nos olhos o desejo

de rever-te sempre a cada dia.

Que busca a inspiração das letras, a melodia

das músicas para convencer-te a acompanhá-lo.

Amor de quatro estações e de um ano inteiro.

Que se renova diariamente e que à noite ainda está aceso.

Amor que não se traduz, mas que sei

dizê-lo em línguas várias.

Amor insensato e insano que te persegue

sem trégua fazendo-se presente em tua vida ,

quase ausente em teu pensamento.

Um amor colorido e preto e branco.

Amor que não se repete em meu peito,

mas ardente no crepitar das chamas do desejo.

Assim é o amor que cresce sem minha

permissão e que se faz em segredo

no esconderijo da frágil paixão.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 17/06/2009
Código do texto: T1653098
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.